sexta-feira, 10 de junho de 2011

PROBLEMAS NA AMAMENTAÇÃO


A amamentação não é uma prática simples, nem instintiva, ou incorporada ao conhecimento da mulher. Uma amamentação confortável leva algumas vezes tempo e experiência. Portanto, precisa ser aprendida e compreendida, tanto pela mãe quanto pelo profissional que a assiste. Vamos falar sobre as duas principais patologias que ocorre na lactação:

1-Trauma e Fissuras mamilares

É comum a ocorrência de traumas mamilares (fissuras, bolhas, equimoses) por posicionamento e pega inadequados. Outras causas incluem mamilos curtos/planos ou invertidos, disfunções orais na criança, uso impróprio de bombas de extração de leite, não-interrupção da sucção da criança antes de retirá-la do peito, uso de cremes e óleos que causam reações alérgicas nos mamilos e exposição prolongada a forros úmidos. A mãe com dor pode desmamar precocemente.

Prevenção
• Amamentar com técnica correta;
• Não usar produtos secantes sobre a aréola e mamilo, como sabões, perfumes e álcool. Evitar receitas caseiras como o uso casca da banana ou do mamão!
• Ordenhar manualmente a aréola antes da mamada se ela estiver ingurgitada;
• Introduzir o dedo mínimo pela comissura labial da boca do bebê, de maneira que a sucção seja interrompida antes de a criança ser retirada do seio.


Tratamento

• Expor as mamas ao sol por uns 20 minutos (2-3x/dia)
• Uso do próprio leite materno ou cremes à base de vitamina A, D e lanolina (Millar® creme, Lanidrat® creme, Lansinoh® creme). Passar no complexo areolo-papilar após as mamadas.
• Cremes ou pomadas com corticóide para as fissuras mais graves, desde que afastada infecção por fungos ou bactérias. Mometasona creme 0,1% - aplicar 1x/dia

2-Mastites

Ocorre mais comumente entre a segunda e quinta semanas após o parto e raramente após a 12ª semana. Qualquer fator que favoreça a estagnação do leite materno predispõe ao aparecimento de mastite, incluindo redução súbita no número de mamadas, longo período de sono do bebê à noite, uso de chupetas ou mamadeiras, não esvaziamento completo das mamas, freio de língua curto, criança com sucção débil, produção excessiva de leite, separação entre mãe e bebê e desmame abrupto.
A fadiga materna é tida como um facilitador para a instalação da mastite. As mulheres que já tiveram mastite na lactação atual ou em outras lactações são mais susceptíveis a desenvolver outras mastites. Quando há infecção, há manifestações sistêmicas importantes, como mal-estar, febre alta (acima de 38 ºC) e calafrios. Há um aumento dos níveis de sódio e cloreto no leite e uma diminuição dos níveis de lactose, o que deixa o leite mais salgado, podendo ser rejeitado pela criança. Geralmente, a mastite é unilateral, mas também pode ser bilateral.

Tratamento
O componente mais importante do tratamento da mastite é o esvaziamento adequado da mama por meio da manutenção da amamentação e retirado manual do leite após as mamadas, se necessário.
• Antibioticoterapia deve ser instituída o mais precocemente possível e mantida por 10 a 14 dias. Não havendo melhora em 48 horas, deve-se investigar a presença de abscesso mamário.

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