sábado, 3 de agosto de 2019

MASTITES CRÔNICAS



Ø  São as inflamações mamárias não associadas à amamentação que recidivam com frequência.
Ø  Causas mais comum:


SOBREPESO E OBESIDADE

Normalmente as pacientes que tenho diagnosticado com mastite crônica e recidivante apresentam algum grau de sobrepeso. Acredito que esta seja, possivelmente, a causa mais comum dos episódios de inflamação na mama. Já foi demonstrado em modelos animais e humanos que existe uma inflamação subclínica no tecido adiposo mamário das pacientes obesas. Macrófagos infiltram a gordura da mama e formam uma coroa ao redor das células adipócitas mortas e esses macrófagos produzem muitos mediadores inflamatórios. Além disso, a obesidade aumenta o risco de câncer de mama e está associada a um pior prognóstico entre as sobreviventes do câncer. Estudos mostram que a restrição calórica pode reverter à inflamação da glândula mamária em animais obesos. A diabetes também está associada a inflamações e lesões nodulares na mama.


MASTITE GRANULOMATOSA IDIOPÁTICA E TUBERCULOSE MAMÁRIA

Embora sejam doenças diferentes, apresentam as mesmas manifestações clínicas: nodulação, enduração, vermelhidão da pele sobrejacente, abscessos, fístulas. Acometem normalmente mulheres em idade fértil que tiveram um parto ou uma lactação recente. A mastite granulomatosa é uma doença auto-imune enquanto a tuberculose mamária é uma doença infecciosa. Nenhuma das duas é contagiosa (não passa). A doente e o médico precisam ser pacientes, pois o diagnóstico é demorado. A mastite granulomatosa costuma durar uns 12 meses e a TB comumente melhora após 2 meses de tratamento específico.  Muitas vezes, como o médico não consegue estabelecer um diagnóstico preciso costuma fazer teste terapêutico. A mama acometida pode ter sequelas, como inúmeras cicatrizes.
O que fazer?
1-      Consultar Mastologista
2-      Descartar câncer
3-      Fazer uma biópsia de fragmento ou punção aspirativa de células da área acometida
4-      Material coletado deve ser enviado imediatamente para: A- anatomopatológico (granuloma caseoso x granuloma não-caseoso)  B- Baciloscopia BAAR (coloração ZN)   C- Cultura para germes Piogênicos, fungos e micobactérias  D – Testes moleculares para complexo M tuberculosis (geneXpert )

Enquanto aguarda resultado: antibióticos, anti-inflamatórios, compressa morna, drenagem caso haja abscessos e PACIÊNCIA!
TB mamária: rifampicina, isoniazida, pirazinamida
MGI: corticoide e imunossupressores.

MASTITE / ABSCESSO SUBAREOLAR DA TABAGISTA

Nesse caso, não temos muita dúvida. A apresentação clínica é bem singular: dor, nódulo, inversão do mamilo e abscesso que se abre sempre na região periareolar. A paciente costuma ser fumante ativa ou passiva.
Tratamento: abandonar o tabagismo, antibióticos para aeróbios e anaeróbios, anti-inflamatório, compressa morna e cirurgia para os casos de fístula que não cicatriza.

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